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Foto: Maykon Lammerhirt / Agencia RBS Projeto Evoluir existe há 15 anos |
Há 15 anos, o Projeto Evoluir ensina voleibol para mais de mil crianças em Jaraguá do Sul. Desde agosto de 2014, porém, um grupo de cabelos brancos começou a praticar o esporte. A equipe da melhor idade, que começou com 18 atletas, cresceu e quer mais aulas durante a semana.
Os treinos são marcados pela superação das limitações que o tempo provoca. Como Bernadete de Souza Cunha, de 76 anos, que superou um câncer de mama e a perda do marido e, agora, treina para melhorar a cada aula. Para jogar cada vez melhor, Bernadete amarrou uma corda na bola e a fixou em uma árvore no seu quintal. O objetivo da invenção foi para aprimorar o saque.
- Por causa da idade e por ter trabalhado muitos anos em malharia, eu sinto dor na minha mão e não consigo sacar. Tive essa ideia para treinar em casa e quando chegasse ao treino ou em algum jogo ia fazer bonito - conta.
A aposentada conta que procura fazer todas as atividades que são direcionadas ao idoso: participa de aulas de hidroginástica, ginastica localizada, clube do idoso, academia ao ar livre e também realiza caminhadas diárias. Com a turma de vôlei, Bernadete está pedindo mais aulas da modalidade por semana. Os alunos treinam toda quarta-feira, por uma hora e meia.
O instrutor do projeto, Christiano Goullart Machado, conta que desde o começo das aulas a turma só vem aumentando. Os atletas faltam raramente e exigem mais treinos, promovidos por uma parceria com o Projeto Evoluir, que disponibiliza uniformes e materiais esportivos, e com Secretaria de Assistência Social e o Centro de Convivência ao idoso, que oferece o professor de educação física e o espaço para os treinos.
No Pavilhão de Eventos, os idosos jogam vôlei direcionado para a idade dos atletas. No jogo, ele podem agarrar a bola e depois jogar. De acordo com cada idade, aumenta o número de bolas agarradas e diminui os passes diretos.
- Idosos acima de 70, categoria bisa, pode segurar duas vezes a bola. Já categorias mais jovens, podem dar dois toques diretos ou são obrigatórios os três toques. Existe essa variação porque o impacto pode machucar o atleta - explica o treinador.
Machado afirma que é gratificante ver a empolgação dos jogadores, que raramente faltam a algum treino. Segundo o treinador, é a primeira vez que trabalha com idosos e afirma que um respeita a intensidade de exercício que o outro pode fazer. Sem falar que os times se motivam ao longo dos jogos, sem criticar o colega que errou.
- Eles entendem que cada um tem uma qualidade física. Buscam ajudar e incentivar a todos. Acaba que o treinador aprende com eles porque sempre estão de bom humor - afirma.