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Fonte: G1/Profissão Repórter - Edição do dia 15/09/2015
“A gente tinha uma relação muito afastada. Hoje, mesmo na relação de toque, isso foi uma barreira que se quebrou". |
O Profissão Repórter acompanhou um momento delicado na vida familiar: a hora de cuidar de quem envelhece. Hoje o Brasil tem 15 milhões de idosos. Em 2060 serão 68 milhões, quase 30% da população.
O Alzheimer é a principal causa de demência entre os idosos no mundo. A origem da doença ainda é desconhecida, mas acredita-se que em 10% dos casos ela é passada de pais para filhos. A Organização Mundial da Saúde estima que o Brasil tenha 1,2 milhões de pessoas com a doença.
O Alzheimer destrói as funções do cérebro e não tem cura. Aos poucos, o paciente vai perdendo a memória e a noção de tempo e espaço. No estágio mais avançado, perde a capacidade de andar e se alimentar.
Doença e abandono
No Morro da Sapolândia, uma das maiores favelas de São Paulo, vive dona Rosa. A idosa vive em um cômodo com muito lixo e alimentos estragados. Dona Rosa diz que tem 11 filhos, mas confunde os nomes, não sabe as idades e diz que perdeu os documentos em uma enchente.
A idosa não quer sair de casa e a única maneira de interná-la é com uma autorização da Justiça. Como não tem registro de nascimento, o caso dela está com o Ministério Público.
Silvio Tambalo diagnosticado há dois anos. |
Apoio da família
Silvio Tambalo foi diagnosticado com Alzheimer há dois anos. Apesar do Alzheimer não ter cura, o tratamento é importante para retardar os sintomas da doença. Para conseguir lidar com a doença, sua filha Sueli foi buscar ajuda em um grupo de cuidadores. “A gente tinha uma relação muito afastada. Hoje, mesmo na relação de toque, isso foi uma barreira que se quebrou. Foi uma coisa muito boa que aconteceu. No meio de toda a crueldade da doença, hoje a gente é capaz de se beijar, abraçar, de brincar”, diz ela.
A empresária Pérola Belinha descobriu há três meses que a mãe tem Alzheimer e este não é o primeiro caso da família. A avó dela também teve a doença e dona Júlia sempre teve medo de perder a memória, visitava o geriatra com freqüência, tomava remédios e fazia palavras cruzadas. A filha não quer que a mãe saiba que tem a doença. “Por mais que eu a ame, é muito cansativo ficar ao lado dela 24 horas. Eu não internaria, porque eu acho que estaria cortando a minha missão”, diz.
Cuidados especiais
Em São Paulo, uma casa de repouso com cara de hotel recebe idosos que ainda têm boas condições de saúde. Os hóspedes têm atividades, como passeios em shoppings, artesanato e hidroginástica em piscina aquecida, e a mensalidade pode chegar a R$ 15 mil. Quase todos os idosos que vivem no hotel já passaram dos 80 anos.
Muitos estão lá por escolha e precisaram convencer a família de que era a melhor opção, como a dona Sarita, de 82 anos. “Não sou abandonada, muito pelo contrário. Eu tive que convencer a minha família de que era bom eu morar aqui, porque estou protegida, cuidada e independente, como eu sempre fui”.