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04/11/2016 - Problemas com operadoras fazem idosos ficarem sem plano de saúde.

Fonte: G1-Rio

 

Atualizado em 04/11/2016 15h37

 

Por: Cristina Boeckel

 

Casal, de 93 e 89 anos, seguem pagando R$ 4 mil por plano de saúde.

 

Maria Léa e Nelson, de 89 e 93 anos, respectivamente, sofrem com problema com plano de saúde (Foto: Nelson Souza/ Arquivo pessoal)

Um casal de idosos, de 93 e 89 anos, está sem atendimento médico por causa de uma disputa judicial. Nelson Silveira de Souza, que foi comandante da aviação brasileira por 40 anos, nunca imaginou ficar sem proteção na velhice. Casado com Maria Léa há mais de 30 anos, eles continuam pagando R$ 4 mil por mês em um plano de saúde da Unimed Fesp, mas não têm atendimento.

 

Segundo o casal, o problema com o plano de saúde começou no ano passado. A Fundação Ruben Berta, que cuida dos interesses dos ex-funcionários da Varig, por onde Nelson se aposentou, conta com uma empresa intermediadora, que faz a ponte com o plano de saúde. Ano passado, esta empresa era a IBBCA, que fazia a ponte dos associados com a Unimed Fesp.

 

Ainda em 2015, a IBBCA informou para os associados que a Fundação Ruben Berta iria passar os contratos com o plano de saúde para uma outra empresa intermediadora, a G2C. Porém, a IBBCA teria mandado para os seus associados uma mensagem afirmando que, os associados que desejassem poderiam permanecer com a empresa. Como benefícios, a IBBCA teria acenado com descontos nas mensalidades e a possibilidade de migração para a Unimed Rio. Os boletos de pagamento continuaram sendo emitidos e pagos pelo casal.

 

No mês de março deste ano, eles afirmam que foram surpreendidos com a negativa de atendimento em uma consulta no cardiologista de Maria Léa, mesmo estando com os pagamentos em dia. Os filhos do casal entraram com uma medida judicial que determinou a tutela antecipada, permitindo que o serviço voltasse a ser estabelecido.

 

“Ela entrou em desespero ao se ver desamparada, sendo obrigada a modificar sua medicação e até hoje vive com medo da perda definitiva de sua assistência médica. Ela sofre de hipertensão e teve um pico de pressão, por sorte estava no consultório do cardiologista, que conseguiu contornar a situação no momento”, explicou Eduardo Mello, filho do casal.

 

A família afirma ainda que o caso levou o casal a um quadro de depressão, pelo medo de se verem desamparados. Em junho, o casal teve um novo problema: Nelson sofreu uma queda em casa e perfurou o olho direito. Por isso, teve que passar por uma cirurgia de reconstrução do globo ocular e da retina, mas perdeu a visão. Mesmo com a decisão judicial, o atendimento voltou a ser negado em junho.

 

“Quando ele foi para uma consulta de pós-operatório, teve a consulta negada pela Unimed. Aí ele soube que havia sido negado pelo plano de saúde mais uma vez,” explicou Lilian Costalonga, advogada do casal.

Desde agosto, o caso voltou para a justiça e o casal está sem atendimento. Os idosos são atendidos em unidades públicas de saúde ou pagando consultas e exames particulares.

 

No último dia 5 de setembro, a justiça determinou que os valores das mensalidades fossem pagos por meio de depósito judicial. A advogada do casal acredita que eles estejam sendo vítimas de discriminação.

“Em termos claros, as empresas estão querendo expulsar consumidores idosos, eles não têm interesse em ficar com dois consumidores de mais de 90 anos,” afirmou Lilian Costalonga.

 

Idosos fazem questão de mostrar boleto do mês de setembro quitado (Foto: Nelson Souza/ Arquivo pessoal)

Idosos fazem questão de mostrar boleto do mês de setembro quitado (Foto: Nelson Souza/ Arquivo pessoal)

 

Em resposta ao G1, a IBBCA afirma que a responsabilidade pelo corte no atendimento aos idosos é da Unimed Fesp e que a empresa atua somente como intermediadora entre os clientes e o plano de saúde. A empresa afirma ainda que está cumprindo a decisão judicial e enviou à operadora de saúde e-mail para que a decisão fosse cumprida.

 

“Assim, as problemáticas ocorridas com esses clientes dizem respeito somente as atribuições da operadora de plano de saúde UNIMED FESP visto que é a mesma que tem o poder para autorizar qualquer tipo de procedimento sendo vedada tal função a administradora, inclusive, através das resoluções expedidas pela ANS,” afirma a nota da IBBCA.

 

Também procurada pelo G1, a Unimed Fesp afirmou que os planos dos dois idosos estão ativos por meio de um plano coletivo por adesão. Segue a nota da empresa:

“Em relação aos beneficiários, Maria Lea De Mello Silveira de Souza e Nelson Silveira De Souza, informamos que os planos estão ativos junto à Unimed Fesp, vinculados a um plano coletivo por adesão, por meio da Fundação Rubem Berta (FRB). Importante destacar que, inicialmente, este plano era gerido pela IBBCA Administradora de Benefícios. A partir de dezembro de 2015, a gestão passou a ser realizada pela G2C Administradora de Benefícios.

 

No entanto, os usuários Nelson e Maria mantiveram o pagamento de mensalidades à IBBCA. “Segundo determinado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as administradoras de benefícios são responsáveis pela movimentação financeira (cobrança de usuários) e inclusão e exclusão de beneficiários”.

 

Os idosos, após a resposta, consultaram a Unimed Fesp mais uma vez e observaram que seus cadastros como clientes do plano de saúde não está ativo.

 

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