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FONTE: Correio Braziliense
Por: Rodolfo Costa
O envelhecimento da população e o aumento de custos médicos está levando as operadoras de convênios a investirem na promoção e prevenção da saúde na terceira idade. Os resultados de políticas de estímulo à prática de exercícios físicos já geram economia para as empresas desse mercado, sobretudo para as de autogestão. Segundo a Geap, que atende o funcionalismo público, em 2016, idosos inscritos nesses programas gastaram, em média, 23% a menos em relação aos que não participam da chamada Política de Atenção à Saúde, que oferece atividades diversas para a terceira idade.
Não é à toa que a busca pela redução de custos preocupa tanto as empresas de saúde suplementar. No ano passado, as despesas superaram as receitas do setor em R$ 633,74 milhões, de acordo com a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge). Há alguns anos, o segmento convive com margens operacionais negativas ou próximas de zero. Sem uma mudança estrutural no modelo de remuneração, medidas de prevenção são fundamentais para amenizar os custos no atendimento aos clientes que estão em uma fase da vida na qual os gastos são, normalmente, mais elevados.
A taxa de internação de beneficiários de planos com 59 anos ou mais é de, em média, 24%, com custo de R$ 19,1 mil, apontam dados da União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas). Já no caso dos jovens entre 19 e 23 anos o índice é de 7,4%, sendo que o gastos médio é de R$ 7,6 mil. “Os custos acabam subindo com internação e hospitalização. Mas depois que o idoso passa dos 80 e 90 anos, as despesas costumam diminuir, se ele não é muito doente”, garante o vice-presidente da entidade, João Paulo dos Reis Neto.
As medidas de promoção e prevenção têm sido essenciais para reduzir a sinistralidade, avalia o gerente regional da Geap no Distrito Federal, José da Silva Pacheco. “O retorno tem sido impressionante”, afirma. A terceira idade pode ser uma época da vida muito melhor se precedida e acompanhada pela prática de exercícios físicos, boa alimentação e cuidado com a saúde. Afinal, o respeito ao corpo é fundamental para alcançar a longevidade sem a convivência com problemas de saúde.
Após o falecimento do marido, há nove anos, a depressão e a tristeza tomaram conta do dia a dia da aposentada Nadir Pereira Fernandes, 78 anos. Para superar a dor, ela procurou viajar. Mas isso foi insuficiente para controlar as doenças. “Tenho gastrite e hipertensão. Eu me sentia muito mal. Era triste e não aproveitava o que a vida tem a oferecer”, diz Nadir. Somente após participar de encontros e atividades com outras pessoas da terceira idade, algumas organizadas pela Geap, reencontrou a felicidade. “Hoje, me sinto muito mais alegre. E mesmo os problemas de saúde não incomodam tanto”, afirma.
A também aposentada Onízia Teixeira, 82 anos, também conseguiu mudar de vida com a prática de atividades físicas. “Tomo remédios só para hipertensão”, afirma. Quando mais jovem, ela sofreu complicações em decorrência de problemas de varizes e precisou fazer uma cirurgia. Durante o procedimento, sofreu três paradas cardíacas. “O médico disse que eu não teria muitos anos de vida. Mas ele acabou falecendo e eu ainda estou inteira”, constata. Com uma alimentação regrada e práticas de caminhadas e ginástica, ela pretende ir longe. “Tem muita gente que não tem coragem de viver. Mas eu ainda tenho muita coisa boa para fazer.”
Maria Nadir Soares Neto, 85 anos, mais conhecida como Xuxa, tira proveito da boa alimentação e das práticas físicas há duas décadas. Há 20 anos, pratica natação. Há oito anos, decidiu também fazer musculação. Ao longo desse período, ainda aprendeu dança cigana e dança do ventre. O pique e a saúde andam tão em dia que ela quase não usa o plano. “Eu procuro sempre me cuidar. A vida é maravilhosa e quero continuar aproveitando tudo de bom que ela tem a oferecer. E acho que os jovens que não estão se cuidando deveriam fazer o mesmo”, diz.